Com queda de 64,9%, Paraná teve a 3ª maior redução de desmatamento do Brasil em 2024

Estado Regiao

Postado por kazafm em 2025-05-16 07:04:17 |

Compartilhe: FacebookX (twitter)WhatsAppTelegramlink Visitas: 2


Com queda de 64,9%, Paraná teve a 3ª maior redução de desmatamento do Brasil em 2024

A nova edição do Relatório Anual do Desmatamento (RAD) no Brasil, divulgado nesta quinta-feira (15) pelo MapBiomas, uma iniciativa multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia, apontou a redução de 64,9% do desmatamento ilegal da Mata Atlântica no Paraná. De acordo com o material, a área de supressão vegetal do bioma diminuiu de 1.230 hectares em 2023 para 432 hectares em 2024. O número corrobora a pesquisa divulgada na terça-feira (13) pela Fundação SOS Mata Atlântica. Em quatro anos, de 2021 a 2024, a queda foi de 95%.

Proporcionalmente, o Paraná alcançou o terceiro melhor desempenho do País no período, atrás apenas do Distrito Federal (-95,1%) e de Goiás (-71,9%), e o dobro da média nacional - no Brasil, em 2024, o desmatamento caiu 32,4%, totalizando 1,24 milhão de hectares. Já os estados do Rio de Janeiro (94,2%), Rio Grande do Sul (70,6%), neste caso, muito em razão da calamidade climática que atingiu o território gaúcho entre abril e maio de 2024, e Acre (31,3%) foram os que apontaram maior crescimento.

“Fico muito feliz com esse resultado, algo extremamente relevante. Mas isso significa também que precisamos trabalhar ainda mais para zerar o desmatamento”, afirmou o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca. “A Mata Atlântica há de permanecer. Queremos e vamos multiplicar essa magnífica área de patrimônio natural, seja por reflorestamento ou por conservação. A nossa casa comum merece, o nosso mundo merece, o nosso Paraná merece”.

O estudo revela ainda que o Paraná se destacou também entre os estados brasileiros nas ações de fiscalização ambiental de 2019 a 2024, atendendo a 82,2% das ocorrências, com 77% de autuação.

“Reduzir o desmatamento ilegal é uma obsessão no Paraná, há uma concentração de esforços, liderada pelo governador Ratinho Junior, para que isso aconteça. Estamos monitorando, fiscalizando e multando, e assim conseguimos salvar muitas florestas”, ressaltou o diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza.

O levantamento do Mapbiomas reforça índices recentes divulgados por instituições também ligadas à proteção do meio ambiente. Além do conteúdo produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em fevereiro, um estudo do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) e da Gerência de Monitoramento e Fiscalização (GEMF), setor criado pelo IAT para colaborar com a vigilância do patrimônio natural paranaense, produzido com base nos alertas publicados pela MapBiomas, indicou queda de 73%.

Engenheira florestal do NGI e uma das responsáveis técnicas da área de desmatamento, Aline Canetti explicou que a divergência entre os índices consolidados nos painéis da Fundação SOS Mata Atlântica (226 hectares) e do MapBiomas (432 ha) se deve à metodologia na aferição das áreas.

“Isso é por conta da área que é analisada. No caso da SOS Mata Atlântica, são polígonos maiores que 3 hectares, utilizando imagens com 10 metros de resolução espacial. Já o Mapbiomas, por meio de satélites, chega a detectar desmatamentos a partir de 0,2 hectare, utilizando imagens de maior resolução espacial. Esses fragmentos pequenos são a maior parte da supressão no Paraná, o que faz a diferença na consolidação final dos números”, afirmou.

FISCALIZAÇÃO – A melhora do serviço de fiscalização, com operações em campo e monitoramento remoto, é um dos pilares da redução do desflorestamento no Paraná. De 2021 para 2024, segundo dados do IAT, o número de Autos de Infração Ambiental (AIAs) ligados a crimes contra a flora nativa aumentou em 65%, passando de 3.183 para 5.252. O valor total das multas também cresceu, indo de R$ 78.797.343 para R$ 134.067.876 no ano passado, um aumento de 70%. A redução da supressão vegetal no período foi de 95%, de 6.939 hectares para 329 hectares.

O valor arrecadado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000. O IAT é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

“Essa condição que o Paraná alcançou é resultado de um trabalho muito sério implementado pelo governador Ratinho Junior a partir de 2019. O Estado se tornou ainda mais vigilante, e assim conseguimos salvar muitas florestas”, afirmou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza. “Não há acomodação. Queremos índices ainda melhores, cada vez mais próximos do desmatamento ilegal zero”.

Deixe um comentário: